domingo, 29 de junho de 2014

Contando...Histórias

No mundo de hoje a mídia está substituindo, cada vez mais, o diálogo nas famílias e diminuindo as oportunidades de desenvolvimento da imaginação infantil. O meio mais importante para atingir esse objetivo é a contação de histórias e a leitura, conduzidas num ambiente agradável para a criança. Contar ou ler histórias requer um certo preparo, que vai desde a escolha do texto até a sua apresentação.

Vivemos um período muito interessante na história da humanidade. Nunca antes tanta informação e tanta comunicação chegaram aos nossos lares, nossas escolas e aos nossos locais de trabalho e lazer.
Os atuais meios de comunicação e informação como TV, internet, revistas, jornais e vídeos prendem a atenção de grandes e pequenos.


Em princípio isto é bom – o horizonte de conhecimentos é ampliado e está ao alcance de cada vez mais pessoas. No entanto, é preciso ver com muita sobriedade, que esses meios de comunicação e informação podem gerar graves problemas no desenvolvimento integral do ser humano. O perigo que nos ronda, chama-se individualismo. Crianças e adultos buscam e recebem as informações e os divertimentos, que a moderna tecnologia coloca ao alcance de todos, sem que para isso precisem envolver-se com os outros. A agitada vida profissional de nossa época faz com que no fim do dia todos estejam tão cansados que somente querem relaxar.


O diálogo em família corre o risco de desaparecer, porque aquilo que os meios de comunicação oferecem parece mais interessante e não obriga ninguém a tomar posição.
Num passado já mais distante, havia espaço e tempo no seio da família para compartilhar as experiências e as vivências do dia a dia. Havia disposição para ouvir, falar e para compartilhar.


Em muitas famílias, após o jantar, todos se agrupavam ao redor do avô ou da avó, do pai ou da mãe, para ouvi-los falar sobre a história da família – e muitos tinham em seu meio um contador de histórias e histórias. Nessas horas um estava perto do outro, sentia o outro, afeto e carinho floresciam.


Os modernos meios de comunicação sabem contar e apresentar as velhas histórias, acompanhadas de som e imagem, de uma maneira tão bonita e fascinante, que os velhos contadores de histórias não se arriscam mais a abrir a boca. A história vem tão completa que não se precisa pedir alguma informação a mais, nem mesmo é necessário usar a imaginação.


Aqui somos confrontados com outro grave problema: a capacidade imaginativa diminui. A história apresentada na TV ou em vídeo vem tão completa que não é necessário criar imagens e usar a fantasia para entende-la. Além disso, nesses programas o diálogo com o interlocutor é reduzido a zero. Ao espectador e ouvinte cabe olhar e escutar em silêncio – e ai se alguém ousa falar ou fazer uma pergunta...


Atualmente, há opções de lazer como a televisão e o videogame. Muitas crianças estão sobrecarregadas de atividades como natação, ginástica, inglês, piano, além das obrigações da escola, da lição de casa. O tempo que elas teriam, talvez, para ler um livro está diminuindo. Infelizmente, esse é um comportamento que está ocorrendo não só com as crianças, mas com os adultos também. E, até por um aspecto cultural do Brasil, falta incentivo, o brasileiro não tem a cultura da leitura.


Diante desta realidade cabe perguntar: o que nós pais e educadores estamos fazendo para resgatar o gosto pelo imaginário nas crianças? O que estamos fazendo para ajudar nossas crianças a expressarem seus pensamentos e sentimentos e gostarem de conviver com os colegas e os membros da família? O que estamos fazendo para evitar que as crianças se tornem pessoas “ensimesmadas”, isto é, estejam centradas, quase que exclusivamente, em suas próprias questões?


A dura realidade de nossa época mostra que dia após dia aumenta o número de crianças que veem os pais cada vez menos e passam a maior parte do tempo sozinhas. Razões econômicas e sociais forçam esta realidade.
Por isso, é de suma importância que pais e professores batalhem pelo resgate do lúdico, do gosto pela expressão oral/corporal, do gosto pela leitura, pelo desenvolvimento dos sentidos e sentimentos.( Fonte:PDF)

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