A gravidade dessa situação vem sistematicamente sendo denunciada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Em dossiê intitulado Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde, a Abrasco afirma que o processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos. Somente na safra de 2011, foram utilizados 853 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nas lavouras, principalmente herbicidas, fungicidas e inseticidas, representando uma média de exposição ambiental/ocupacional/alimentar superior a 5 litros de agrotóxicos por habitante, quantidade altíssima e acima de todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Segundo ainda o dossiê da Abrasco, “Parte dos agrotóxicos utilizados tem a capacidade de se dispersar no ambiente, e outra parte pode se acumular no organismo humano, inclusive no leite materno. O leite contaminado, ao ser consumido pelos recém-nascidos, pode provocar graves danos à saúde, pois eles são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, por suas características fisiológicas e por se alimentarem, quase exclusivamente, com o leite materno até os seis meses de idade.” (Veja o dossiê completo em: www.abrasco.org.br)
Também o professor Wanderley Pignati, doutor no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Mato Grosso, alerta que o Brasil, além de usar vários agrotóxicos que estão proibidos desde 1985 nos Estados Unidos e na União Europeia, “aqui, dezenas de agrotóxicos são aplicados por avião, coisa que é proibida em vários países. Jogamos agrotóxicos por avião perto de casas, animais, gado, nascentes de rios e córregos.” O professor Pignati afirma também que “alguns agrotóxicos causam câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e desregulação endócrina”. São extremamente prejudiciais à saúde humana. Estão na água, no ar, na chuva. Os defensivos agrícolas demoram de três a quatro anos para se degradarem. Em 2008, 32,7% das intoxicações registradas no Brasil teve como principal agente tóxico os agrotóxicos de uso agrícola.
Apesar de todos esses alertas, os agrotóxicos continuam sendo usados indiscriminadamente e sem nenhum controle por parte do governo federal. Pelo contrário. Depois de 12 anos exercendo o cargo de gerente-geral de Toxicologia (GGTox) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Luiz Cláudio Meirelles foi afastado por denunciar pressões e fraudes da indústria de agroquímicos dentro do órgão. Não bastasse, o governo federal concede isenção de impostos e financiamentos para as grandes corporações que fabricam esses venenos.
Por trás de tudo isso, estão poderosos monopólios capitalistas como Syngenta, Bayer, Monsanto, Basf, Dow AgroSciences e Du Pont, que faturam bilhões de dólares por ano à custa do envenenamento do nosso povo e reservam alguns milhões para subornar ministros, governadores, deputados, senadores e funcionários para que continuem permitindo mais um crime contra o povo brasileiro.
> Os agrotóxicos são produtos químicos são pesticidas, praguicidas, herbicidas, inseticidas, desinfetantes, usados na agricultura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define pesticida ou praguicida como toda substância capaz de controlar uma praga, em sentido amplo, que possa oferecer risco ou incômodo às populações e ambiente.(Fonte:A Verdade)
Sabe o que sinto falta? Do tempo que tinha horta em casa, tudo fresco, tudo de tamanho normal, tudo com sabor muito bom.
ResponderExcluirOs agrotóxicos podem ser necessarios, mas perigoso à saúde de todos.
Bjs