Você alguma vez já se perguntou porque só há um "tipo" de leão, porém muitos "tipos" de gatos, se tanto leões como gatos pertencem ao mesmo gênero Felis?
Ou ainda por que existe um só "tipo" de coiotes e dezenas de "tipos" de cães, se ambos são do mesmo gênero Canis?
Cães e gatos são espécies domesticadas, enquanto leões e coiotes vivem livres na natureza.
As espécies na condição selvagem, na natureza, são notavelmente uniformes, enquanto aquelas domesticadas e criadas pelo ser humano mostram imensa diversificação de formas, cores, tamanhos,aptidões, resistência, agilidade, força, capacidade reprodutiva etc. Porque existe essa diferença? A resposta está no tipo de seleção distinta que elas sofrem. Em qualquer população de uma espécie selvagem, os fatores ambientais de seleção natural permanecem os mesmos por longos períodos, agindo uniformente sobre toda a população.
Asim são preservados e mantidos como um tipo padrão, ao longo de muitas gerações, os indivíduos bem adaptados àquele ambiente específico. No caso dos animais domescáveis pelo contrário , o homem seleciona os indivíduos têm mutações ou combinações gênicas favoráveis, do ponto de vista humano, e por meio da consangüinidade obtém linhagens com maior pureza dessas características.
Pela programação dos cruzamentos, escolhendo-se os reprodutores que tenham as características desejadas, é feita portanto uma seleção artificial.
Dessa forma, o homem tem conseguido um grande número de novas raças de cães, gatos, cavalos, pombos etc. O melhor exemplo é o cão, animal associado à espécie humana há milhares de anos, portanto o mais diversificado, já que o mais submetido à seleção artificial. Cada uma das muitas raças de cães é adaptada a determinada função, como pastoreio, guarda,guia, tração e caça. Cães tão diversificados como os que voce vê na imagem acima não são de espécies diferentes, são apenas raças diferentes da mesma espécie, canis familiaris.
A definição da espécie, trata-se de um grupo de organismos que podem se cruzar, ou seja, trocar genes, e ter descendentes férteis. Nesse caso porém, há uma dificuldade. É impossível haver cruzamento entre um cão fila e um pequinês, por probelmas anatômicos, de tamanho e de desenvolvimento embrionário.
Da mesma forma, o cruzamento entre galgo e pinscher não ocorre. Apesar disso fila, pequinês, galgo e pinscher são da mesma espécie. Estaríamos contrariando, aqui, o conceito de espécie? A resposta é simples.
Embora os cruzamentos que citamos não sejam possíveis, muitos outros cruzamentos entre raças diferentes podem ocorrer, produzindo descendência fértil, que chamamos popularmente de vira-latas. Esses híbridos, por sua vez, podem se cruzar com cães de outras raças, com os quais seus ancestrais não podiam se cruzar diretamente.
Dessa forma, acontece um fluxo gênico entre as diferentes raças, mesmo que de modo indireto, já que os híbridos fazem papel de "intermediários" ou "pontes" nessas trocas. Um gene existente num cão fila pode, dessa maneira, ser transmitido a um pequinês.
Apesar de não se cruzarem diretamente, ocorre o fluxo de genes entre eles, são então da mesma espécie. Se várias populações de algumas das atuais raças de cães fossem colocadas num continente isolado e se cruzassem livremente por milhares de anos, sem a interferência do homem, provavelmente se tornariam uma população única, uniforme e padronizada, bem adaptada às condições daquele ambiente, como ocorre com os animais selvagens, como o coiote e o leão.
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