sábado, 7 de março de 2015

Atitude Que Faz Diferença...


O Senhor Palha (Conto japonês)

Era uma vez, há muitos e muitos anos, é claro, porque as melhores histórias passam-se sempre há muitos e muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Para dizer a verdade, só tinha a roupa do corpo. Ora o Senhor Palha não tinha sorte. Era tão pobre que mal tinha para comer e era magrinho como um fiapo de palha. Era por esse motivo que as pessoas lhe chamavam Senhor Palha.
Todos os dias o Senhor Palha ia ao templo pedir à Deusa da Fortuna que melhorasse a sua sorte, mas nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar:
— A primeira coisa em que tocares quando saíres do templo há de trazer-te uma grande fortuna.
O Senhor Palha apanhou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado e que o templo estava vazio. Mesmo assim, saiu a pensar: “Terei sonhado ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, ao encontro da sorte. Mas, na pressa, o pobre Senhor Palha tropeçou nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu por terra. Ao levantar-se, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fio de palha.
“Bom”, pensou ele, “uma palha não vale nada, mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu o apanhasse, é melhor guardá-lo.”
E lá foi ele, com a palha na mão.
Pouco depois, apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou afastá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da cabeça dele. “Muito bem”, pensou ele. “Se não queres ir embora, fica comigo.” Apanhou a libélula e amarrou-lhe o fio de palha à cauda. Ficou a parecer um pequeno papagaio (de papel), e ele continuou a descer a rua com a libélula presa à palha. Encontrou a seguir uma florista, que ia a caminho do mercado com o filho pequenino, para vender as suas flores. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, coberto de suor, e a poeira fazia-o chorar. Mas quando viu a libélula a zumbir amarrada ao fio de palha, o seu pequeno rosto animou-se.
— Mãe, dás-me uma libélula? — pediu. — Por favor!
“Bem”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna disse-me que a palha traria sorte. Mas este garotinho está tão cansado, tão suado, que pode ficar mais feliz com um pequeno presente.” E deu ao menino a libélula presa à palha.
— É muita bondade sua — disse a florista. — Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita?
O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num tronco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz que o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido.
— Hoje à noite, vou pedir a minha namorada em casamento — queixou-se o rapaz. — Mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer.
— Bem, eu também sou pobre — disse o Senhor Palha. — Não tenho nada de valor, mas se quiser dar-lhe esta rosa, é sua.
O rosto do rapaz abriu-se num sorriso ao ver a esplêndida rosa.
— Fique com estas três laranjas, por favor — disse o jovem. — É só o que posso dar-lhe em troca.
O Senhor Palha continuou a andar, levando três suculentas laranjas. Em seguida, encontrou um vendedor ambulante puxando uma pequena carroça.
— Pode ajudar-me? — disse o vendedor ambulante, exausto. — Tenho puxado esta carroça durante todo o dia e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água.
— Acho que não há nenhum poço por aqui — disse o Senhor Palha. — Mas, se quiser, pode chupar estas três laranjas.
O vendedor ambulante ficou tão grato que pegou num rolo da mais fina seda que havia na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo:
— O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.
E, uma vez mais, o Senhor Palha continuou o seu caminho, com o rolo de seda debaixo do braço.
Não tinha dado dez passos quando viu passar uma princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas a sua expressão alegrou-se ao ver o Senhor Palha.
— Onde arranjou essa seda? — gritou ela. — É justamente aquilo de que estou à procura. Hoje é o aniversário de meu pai e quero dar-lhe um quimono real.
— Bem, já que é aniversário dele, tenho prazer em oferecer-lhe a seda — disse o Senhor Palha.
A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte.
— O senhor é muito generoso — disse sorrindo. — Por favor, aceite esta joia em troca.
A carruagem afastou-se, deixando o Senhor Palha com uma joia de inestimável valor reluzindo à luz do sol.
“Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fio de palha que não valia nada e agora tenho uma joia. Sinto-me contente.”
Levou a joia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.
Mas a riqueza não o modificou. Oferecia sempre arroz aos que tinham fome e ajudava todos os que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fio de palha, mas quem sabe se não terá sido com a sua generosidade?
(Fonte:William J. Bennett - O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996 - PDF)


6 comentários:

  1. Mauro, parabéns pelo compartilhamento, amei essa história, começo o dia confiante com o poder da mensagem na leitura. Obrigada! Bom dia! beijos!

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  2. Seu interesse na matéria me deixa feliz e satisfeito, com o objetivo sendo atingido de maneira positiva e com a sua aprovação Eva. Agradeço seu importante comentário, beijos!

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  3. Olá querido amigo Mauro!! Tudo bem?
    Vim agradecer seu carinho e presença sempre na página do Vivendo a Vida bem Feliz no Facebook!
    Sua presença sempre me dá ânimo para continuar compartilhando mensagens!!
    OBRIGADA!!

    Estou também visitando os meus parceiros do blog, para conferir se o link está redirecionando certinho, pois fiz umas mudanças por lá. Hoje bateu uma saudade e o coração ficou apertadinho...rsrs

    Mauro, não sei se lerá esse comentário, mas saiba que eu criei uma página estática lá no meu cantinho com os PARCEIROS DO BLOG e outra com os 100 TOP COMENTARISTAS e você figura nelas!!

    AGRADEÇO SUA COMPANHIA nestes anos todos e saiba que és um amigo de verdade...Mesmo a distância e a ausência não desfazem a nossa amizade ! :D

    Tenha um ótimo final de semana! :))))




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  4. Fiquei lisonjeado com a sua visita e comentário, Adriana! Meu tempo anda limitado com a ocupação do trabalho, excluindo um pouco a atenção com os amigos, gosto muito do seu blog com matérias incentivadoras e educativas.Nossa amizade é eterna!!!Beijos!!!

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  5. This is a very nice blog and learned more streetwearcart knowledge to read this post thanks for sharing this informative post.

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