quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Grande Nevoeiro...Londres 1952

Londres é conhecida, entre inúmeras outras coisas, por seus dias nublados. Apesar dos londrinos normalmente dizerem que a cidade não é tão nebulosa assim, o verão de 2012 viu uma quantidade recorde de nevoeiro com fumaça na capital da Inglaterra.

Devido ao “histórico” da cidade, esse fato pode ser preocupante. Estamos falando da década de 50, na qual estima-se que milhares de mortes ocorreram durante cinco dias em que uma fumaça tomou toda Londres, evento que ficou conhecido como “O Grande Nevoeiro”.

Em 1952, fumaça era parte de viver na cidade. Com o frio, queima de carvão era um tanto quanto comum. Além disso, a indústria estava a todo vapor e os carros eram cada vez mais comuns.

O que ninguém esperava era que o crescimento incontrolado da queima de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes estivesse prestes a cobrar seu preço.

Na noite de 5 de dezembro de 1952, um anticiclone estava se formando acima de Londres. Anticiclone é uma área de alta pressão que impede que ar de fora flua para dentro. Isso permitiu que uma “tampa de ar quente” se mantivesse sobre Londres, sem deixar nenhum outro ar entrar.

Quando o ar está frio, as fumaças de chaminé quentes sobem rapidamente até que se esfriam e se dispersam na atmosfera superior. Já uma atmosfera de ar quente impede que essa fumaça suba e se esfrie.

O que aconteceu em Londres, então, foi resultado do acaso e do descaso: enquanto o anticiclone impedia novo ar de entrar, o ar quente no chão [da poluição] impedia a fumaça de sair.

Resultado? Ficou tudo “preso” em uma cidade que ainda estava queimando mais combustível.

No próprio 5 de dezembro, a visibilidade já caiu a poucos metros. A 7 de dezembro, a visibilidade chegou a apenas 30 centímetros. O dióxido de enxofre e outros poluentes se misturavam com partículas de água para formar ácido sulfúrico e clorídrico, que queimavam os olhos e os pulmões das pessoas. A fumaça tornou impossível para as pessoas andar de carro, e os veículos foram simplesmente abandonados nas estradas.

A 6 de dezembro, 500 pessoas já haviam morrido, e as ambulâncias pararam de circular. Havia muitos carros abandonados na estrada, e a visibilidade era tão ruim que a equipe de resgate tinha que andar na frente de seus veículos para chegar a qualquer lugar. Milhares de pessoas caminhavam até os hospitais, chegando ofegantes, com lábios azuis devido à asfixia.

Além desses inúmeros perigos ambientais, havia os humanos também. Como as forças policiais ficaram praticamente paralisadas, e as pessoas andando na rua não podiam ver mais do que um palmo na sua frente, ladrões atacaram e roubaram pessoas, ou invadiram casas com impunidade.

A 9 de dezembro, quando 900 pessoas já haviam morrido, um vento de repente passou pela cidade, finalmente dissipando o nevoeiro.

O governo, que havia ignorado os protestos ambientais em 1920 e apoiado indústrias que soltavam pilhas de fumaça com dióxido de enxofre na atmosfera, demorou a assumir qualquer culpa.

Quando ficou óbvio que alguém teria que ser responsabilizado pelo que aconteceu, eles estabelecem diretrizes rigorosas quanto ao que poderia ser considerado uma fatalidade relacionada ao nevoeiro.

Por conta disso, a lista de mortes oficial contém cerca de 4.000 pessoas. Certamente, essa lista ignora muitas mortes, por exemplo, de doentes que viveriam se tivessem sido capazes de respirar, de pessoas cujos pulmões foram destruídos e que ainda estavam morrendo por asfixia em hospitais depois que a fumaça havia dissipado, etc.

Ainda assim, o evento absurdo serviu para alguma coisa: ao longo dos próximos anos, o governo criou uma regulamentação ambiental justamente para evitar qualquer fenômeno parecido.

Para o ser humano, muitas vezes é difícil perceber que jogar um lixo no chão pode voltar para lhe assombrar depois. O Grande Nevoeiro de Londres é a prova disso.

> Poluição do ar causa problemas de coração e cérebro

Se poluição mata? É claro que sim. Estima-se que 12.000 pessoas morreram devido diretamente à poluição atmosférica. Muitos mais (talvez cerca de 100.000) ficaram doentes e morreram mais tarde provavelmente devido aos quatro dias de gás venenoso que enfrentaram.

> Poluição atmosférica pode aumentar casos de diabetes.
> E aí, que tal sair a pé ou de bicicleta hoje?(Fonte:hypescience)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Acidentes na Água...Prevenção

Afogamento

É difícil estimar com certeza o número exato de afogamentos, já que muitos não são informados. Acredita-se que o afogamento seja a segunda causa de morte acidental, a primeira seria o acidente de trânsito. Ocorre predominantemente com indivíduos jovens, de forma que 64% das vítimas têm menos de 30 anos de idade e 26% estão abaixo dos cinco anos. O sexo masculino é acometido mais que o feminino. Já a incidência de quase-afogamento é 500 a 600 vezes maior que a de afogamento. Esses acidentes ocorrem principalmente em áreas nas quais é importante a prática de atividades recreativas na água, mas até a piscina doméstica e a banheira podem ser palcos de eventos letais.

O afogamento é a asfixia que ocorre devido à aspiração de líquido que venha inundar o aparelho respiratório (pulmões), levando à morte. Há interrupção da oxigenação do sangue e da eliminação de gás carbônico, que se acumula no organismo. O quase-afogamento representa a situação na qual a pessoa sobrevive ou é ressuscitada pelo resgate. Em alguns casos, o indivíduo não morre afogado, mas a morte ocorre devido a problemas respiratórios devidos à aspiração de líquido ou a infecções adquiridas, é o chamado "afogamento secundário" ou "tardio".

A pessoa apresenta queda da temperatura do corpo, distensão da barriga, tremores, dores musculares, náuseas e vômitos. É claro que esses sintomas referem-se ao quase-afogamento, já que a pessoa não morreu. O indivíduo pode apresentar-se em parada cardíaca.

Um fator a ser destacado é que o consumo de álcool está bastante associado à ocorrência de acidentes de submersão (afogamento, quase-afogamento). Portanto, o abuso dessa substância pode predispor a esses acidentes.

O mais importante é a prevenção. Recomendam-se as seguintes medidas:


> Bebês: nunca devem ser deixados sozinhos no banho, nem por poucos segundos enquanto a mãe se vira para pegar uma toalha.

> Crianças: além do exposto acima, os pais devem estimulá-las a assumir responsabilidade por sua própria segurança. Elas devem aprender a nadar e a boiar e a identificar situações perigosas. Os pais devem estar sempre próximos, quando elas estiverem na água.

> Adultos: devem estar atentos a suas limitações, especialmente quando suas capacidades estiverem comprometidas pelo uso de drogas (medicamentos, bebidas). Evite nadar sozinho em áreas não supervisionadas ou onde não se conheça as condições locais. Quando pego por uma corrente, nadar em diagonal, e não contra a corrente e, pedir por socorro.

Nos últimos anos houve uma redução do número de mortes por afogamento, no Brasil, o que pode dever-se a uma melhoria dos serviços de salvamento aquático, com maiores investimentos em prevenção. Embora essa função seja de um profissional, o salva-vidas, qualquer pessoa pode ter que tomar uma atitude frente a uma emergência dessas. Entretanto, as pessoas não treinadas podem se expor também a um risco de morte. Algumas dicas são importantes, para que uma pessoa preste um atendimento inicial até a chegada da equipe de salvamento ou resgate:

> Ao identificar um caso de afogamento, não tente nada heróico, chame por socorro;

> Se não houver tempo para aguardar o socorro, procure por alguém próximo que tenha experiência com a água, por exemplo, um surfista;

> A prioridade do resgate não é retirar a pessoa da água e sim fornecer a ela um material de apoio, podendo ser qualquer material que flutue, ou então transportá-la até um local onde ela possa ficar de pé;

> Quando estiver próximo à vítima, tente conversar com ela e peça que ela vire-se de costas para você. Tente também acalmá-la;

> Após fornecer um material de apoio, aproxime-se da vítima. Evite que a vítima o agarre. Essa situação é grave, pois o socorrista e a vítima podem acabar se afogando;

> Transportar a vítima até um local seguro, fora da água. Iniciar a aplicação dos primeiros socorros, como a respiração boca-a-boca, compressões torácicas, etc. De preferência, procure-se informar sobre como realizar essas manobras.

Acidentes por mergulho

No Brasil, existe uma grande quantidade de praias, rios e cachoeiras que garantem a diversão de muitas pessoas. Porém, podem estar relacionados a um grave risco que poucos conhecem: o modo como as pessoas entram na água. Desde crianças, aprende-se a entrar na água mergulhando, o que é facilmente apreensível. O problema reside em saber-se a profundidade do local onde se vai mergulhar. Aproximadamente 90% dos indivíduos que sofrem acidentes ao mergulhar são do sexo masculino, sendo que muitos se tornam tetraplégicos (ou seja, perdem os movimentos dos braços e das pernas). Assim, percebemos a importância desse tema.

Quando uma pessoa mergulha em uma piscina, lagoa ou rio, seu objetivo é entrar na água e sair logo adiante. No entanto, a condição principal para que isso dê certo é que a profundidade do local seja adequada. Quando se trata de uma piscina, é fácil determinar a profundidade, o que não é tão simples quando se trata de uma cachoeira, um rio. Nesses locais, há uma mudança constante do nível da água e do leito.

Se a profundidade não é suficiente para o mergulho, a pessoa pode bater a cabeça no fundo, contra algum obstáculo. A força desse impacto é transmitida ao pescoço que, sendo flexível, predispõe à ocorrência de fratura de vértebras (ossos da coluna espinhal), nesse local. Além disso, o corpo da pessoa continua afundando e seu peso pode agravar a fratura do pescoço, levando provavelmente a lesão da medula espinhal (que carrega os nervos para os braços e pernas). Caso isso ocorra, a pessoa pode perder os movimentos dos membros e, como o pescoço está acima dos braços, ela perde o movimento de todos os membros (ficando tetraplégica).

Por isso, é extremamente importante que sigamos algumas recomendações:

> Cuidado com os mergulhos de ponta, pois nesses casos o corpo afunda rapidamente. Os braços esticados não impedem que você bata com a cabeça.
> Os saltos de pontes, árvores e barrancos estão associados a um risco maior desse tipo de acidente, porque quanto maior for a altura do salto, maior é a força com que seu corpo vai se chocar contra algum obstáculo embaixo d’água.
> Verifique sempre a profundidade do local onde será feito o mergulho. Não confie no local, mesmo que você já o tenha freqüentado várias vezes. Lembre-se que o nível da água muda sempre, bem como o fundo.(Fonte:Comego)